Algures em Ponta Delgada, Dezembro 2008 | KB |
Leva-se bicadas, eriça-se as penas, cospe-se inveja, ciúmes, rancores e maldades em vez de conversa.
Fala-se muito mas não se diz nada num cacarejo constante.
Não se põe ovo, pois não, mas finge-se muito que se sabe pôr ovo e até mesmo fazer omeleta.
Dentro de portas, treme-se de medo diante do espelho porque não se pode fugir de si próprio.
Arranja-se disfarces e truques para esconder as suas limitações e sobrevive-se assim, de cabeça erguida.
Até as emoções chegarem ao galinheiro como raposas gulosas em busca de vida.
Entra-se em pânico e foge-se aos soluços.
De cabeça erguida.